Seminário realizado pela Fiocruz Amazônia discute estratégias de vigilância em saúde indígena

Fotos: Ingrid Anne - ILMD/Fiocruz Amazônia


As estratégias de vigilância em saúde indígena nos contextos urbano e das aldeias na Amazônia, foram debatidas pelo Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia), nos dias 17 e 18/10, no Seminário Inova Saúde Indígena. O evento reuniu coordenadores de projetos, alunos de graduação, pós-graduação, pesquisadores, lideranças indígenas, representantes de organismos não-governamentais e dos governos municipal, estadual e federal.

Dividido em duas etapas, o encontro aconteceu na sede do ILMD, zona Centro-Sul, e na comunidade Parque das Tribos, no Tarumã-Açu, zona Oeste de Manaus. A iniciativa teve ainda a finalidade de promover o debate e o intercâmbio de experiências entre projetos do Programa Fiocruz de Fomento à Inovação, o Inova Fiocruz, voltados ao fortalecimento do atendimento à saúde indígena nas cidades e aldeias amazônicas. O seminário é organizado pelo Laboratório de História, Políticas Públicas e Saúde na Amazônia (LAHPSA), com apoio do ILMD/Fiocruz Amazônia, Programa Inova Fiocruz e Programa Nacional de Cooperação Acadêmica na Amazônia (Procrad Amazônia).

Durante a abertura do evento, a diretora do ILMD, Adele Benzaken, destacou o papel da instituição na elaboração e desenvolvimento de ações de saúde voltadas aos povos originários. “Destaco que estamos na região com a maior população indígena do país e a Fiocruz Amazônia tem um papel decisivo, preponderante, na elaboração e execução de políticas públicas voltadas às populações indígenas brasileiras em especial as amazônicas, tão vulnerabilizadas, sejam nas suas comunidades, sejam nos aglomerados urbanos. Faço aqui a homenagem ao protagonismo de tantos pesquisadores, entre os quais me incluo, em realizar estudos voltados aos cuidados com a saúde indígena sempre levando em conta a ampliação do protagonismo de populações locais e indígenas com potencial para acelerar as mudanças necessárias”, ressaltou.

Na programação, composta por painéis e mesas-redondas com temas variados, o público contemplou o lançamento dos vídeos “Projeto Manaós” e “Fortalecendo o Controle Social Indígena”, resultado da implementação dos dois projetos. Entre os painéis apresentados, foram abordadas as seguintes temáticas: “Referência e contrarreferência de pacientes do Ambulatório de Saúde Indígena do Hospital Universitário de Brasília”, “Iniciativas de Pesquisa e impactos na vida dos indígenas na Amazônia”. Os pesquisadores apresentaram ainda os resultados dos projetos Manaós: Saúde Indígena nas Cidades, Caminhos do Controle Social e a Saúde Indígena e Inovando a Vigilância de Envenenamento por Serpentes em Populações Indígenas.

Conforme Rodrigo Tobias, pesquisador da Fiocruz Amazônia, a ação é uma oportunidade de unir as ações e mensurar resultados dos projetos desenvolvidos pela Fiocruz Amazônia em prol das populações indígenas aldeadas ou que vivem nas cidades. “O evento fala sobre projetos no campo do desenvolvimento do sistema único de saúde, a partir do subsistema de saúde indígena, são projetos de pesquisa que possuem essa função de intervir a favor da saúde dos povos indígenas, tanto nas aldeias quanto nas cidades. A realização desses projetos, contemplam grandes impactos como o empoderamento e a autonomia dos indígenas nas cidades. Foi criada uma associação de moradores e indígenas do Parque das Tribos, o maior bairro indígena do Brasil”, destacou.

O evento contou também com a roda-de-conversa “Diálogos e Impressões dos Projetos na Visão dos Indígenas”, com as lideranças indígenas Wanda Witoto, Marcivana Sateré Mawé (da Coordenação dos Povos Indígenas de Manaus e Entorno - Copime), Luiz Penha (coordenador de Saúde da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), Adelaide Mota Fundação Nacional do Índio (Funai) e GT Interdisciplinar Saúde Indígena, Edgar Hamann – PPG Saúde Coletiva – UnB, Celso Cabral, do Núcleo de Promoção do Respeito à Diversidade (Nupred), da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa). O livro “A Saúde Coletiva na Amazônia: redes de pesquisa, formação e situações de saúde e condições de vida” também foi lançado durante o seminário.

Para a coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da Universidade de Brasília (UnB), Ximena Pamela, o seminário foi uma importante ferramenta para agrupar conhecimentos e estreitar relações entre os projetos de pesquisa desenvolvidos nas Instituições. “Essa é uma oportunidade muito importante para nós. Esta triangulação de esforços, de projetos acadêmicos, que fortalecem não só uma linha de pesquisa, mas também uma possibilidade de pensar nas coisas novas que podem sair desses esforços coletivos. Estamos cada vez mais convictos da importância da articulação do melhor que as pessoas desenvolvem nas instituições, para fortalecer, ajudar ao cumprimento dos direitos humanos, do resguardo do meio ambiente e da aprendizagem mútua entre toda esta inteligência coletiva que se reúne aqui neste seminário”, avaliou.

O segundo dia de evento, foi marcado por uma visita ao Parque das Tribos, onde a coordenação do evento realizou a oficina “A Vida como ela é…”, com a participação dos especialistas convidados, recebidos pela liderança indígena Lutana Kokama, e a coordenadora de Saúde Indígena da Semsa Manaus, Graciete Carvalho. A comunidade Parque das Tribos abriga aproximadamente 2.800 indígenas de diversas etnias. A ocupação da comunidade iniciou em 2013, com mais de 30 etnias.

Integração

Batizado popularmente como “Projeto Manaós”, a ação conta com financiamento do Fundo de Inovação da instituição e do Ministério da Saúde, por meio da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos (SCTIE). O projeto foi articulado como uma ação colaborativa entre diversos atores envolvidos no campo da saúde indígena, em contexto urbano.

A iniciativa teve como parceiros e participantes ativos na construção e execução das atividades do projeto, indígenas, profissionais de saúde, gestores da saúde, educadores, e instituições como a Secretaria Estadual de Saúde do Amazonas (SES-AM), Semsa, Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Secretaria Municipal de Assistência Social e Cidadania (Semasc), Copime), Coiab), Centro de Medicina Indígena da Amazônia, Grupo de Trabalho Intersetorial de Saúde Indígena da Região de Manaus e Entorno (GTI), e Funai.



Fotos: Ingrid Anne - ILMD/Fiocruz Amazônia



 


Blog Neidinha Maciel
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Fonte: Assessoria de Comunicação - ASCOM

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